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domingo, 19 de junho de 2011

SÃO JOÃO, QUAL DELES?

Ontem, fui ao centro da cidade comprar materiais para finalizar lembrancinhas dos noventa anos do meu pai. Tarefa que estou executando com esmero.

É um prazer andar pelas ruas do velho bairro de São José. Adoro caminhar no comércio popular, vivo, pulsante, mesmo sem finalidade especifica.

Ando, às vezes, apressada. Outras vezes, devagar, contemplando a arquitetura que conta, nos seus contornos gastos, a história da cidade. Paro para assistir apresentação de grupo popular, que se exibe na praça da Penha. Olho camelôs vendendo genéricos, admiro o belo mercado de São José, vejo figuras espetaculares, contratadas pelas lojas, para atrair a clientela dando show de criatividade e improviso.

Isso me leva a parar em vitrines, só para ouvir o desenvolvimento de diálogo entre pessoas, bem humorado e picante, do artista no intuito de vender os produtos, o que não é fácil. Na grande maioria dos casos, o comércio vende de tudo, de agulha de tricô a arame farpado no mesmo espaço.

Comprei o que precisava e me dei conta de que estamos em pleno ciclo junino. Tempo que adoro ou adorava. As barracas e lojas estavam coloridas, enfeitadas com bandeirinhas, balões e muitos vestidos, infantis e adultos, próprios da época.

Inevitavelmente, veio-me recordação de minha infância, quando ensaiava, com entusiasmo, penera o xerém, tendo como adereço autêntica urupema. Um pouco maior, era a vez da quadrilha com casamento nos moldes do caipira nordestino, dono de sotaque e linguagem inconfundível, ao som do legítimo forró do mestre Luiz Gonzaga, trio nordestino e Azulão.

Lembrei do capricho da minha mãe, aplicada aos meus vestidos juninos, que ela fazia questão que fossem de chita, com saia de armação, manga coco, acabamento com bicos, fitas e laços, meias e sandálias para dar um toque engraçado. Nos cabelos, por ela trançados, colocava lindas rosas de papel de seda feitas por dona Hilda, senhora habilidosa que executava em papel a semelhança de verdadeira rosa.

Era uma festa dourada, mágica, que durava a tarde inteira, farta de comidas típicas e cheia de muita alegria.

Na rua em que eu morava, havia uma quadrilha de jovens moradores, engraçadíssima. Os noivos chegavam em carroça puxada por dois jegues e ali, diante de todos, o hilário casamento era encenado, seguido pela dança improvisada, dando ainda mais veracidade ao auto.

Hoje, quase ou não se vê mais essas celebrações, vestidos, quadrilhas e músicas tomaram outro rumo. Os vestidos nada têm a ver com a matuta nordestina, as quadrilhas são verdadeiros shows acrobáticos com direito a alegorias, as músicas ganharam uma cadência acelerada para uma dança frenética, a que chamam de “quadrilha estilizada”.

Sou favorável a agregação de elementos que venham enriquecer e preservar a cultura junina tradicional. Mas o que percebo é a deformação dessa cultura. O show oferecido por essas “quadrilhas” de enredos, carros alegóricos, fantasias rebuscadas, dança aeróbica, apenas utilizam o nome. E deixam pra trás o verdadeiro sentido e forma das comemorações juninas.

*Conceição Ferraz
Docente FSM

sábado, 18 de junho de 2011

Acorda Povo é tradicional

O Acorda Povo de Mãe Nenzinha de Xangô, da comunidade da Vila das Lavadeiras no bairro de Areias no Recife é um dos mais tradicionais de Pernambuco. Na madrugada (4h) do dia 23 de junho de 2011, a grande procissão para São João (Xangô), reuniu inúmeros fiéis do candomblé e da Jurema nas ruas da comunidade para celebrar a fé no Orixá do fogo. Foram 18 bandeiras hasteadas pelos moradores do bairro, que entre católicos e povo de terreiro receberam a procissão com louvores e agradecimentos a promessas alcançadas.
"Acorda povo
que o galo cantou
é São João
que anunciou
Que bandeira é essa
que vamos levar
é de São João
para festejar"


Nathália Freitas Monteiro

quinta-feira, 16 de junho de 2011

É Festa Brasil

Este blog nasceu na sala de aula. Experiência de inspiração coletiva, de espírito acadêmico. Singular, na sua invenção. Plural, na sua ação.

É festa, Brasil, resultou de metodologia que adotei, em classe, como docente da disciplina Gestão da Cultura Pernambucana. O objetivo foi o de estimular os alunos a conhecer melhor a cultura brasileira em suas manifestações populares. E possibilitar a troca de informações e de impressões de quantos delas participem, no Recife, no Rio, em Porto Alegre ou em Salvador.

Era um arco verde amarelo de opiniões, críticas, sugestões, beneficiando os que precisavam de informação. Não deixava de ser também uma chance para que os alunos experimentassem sua capacidade de criar, de ousar, de se reunirem no fazer pedagógico.
Efetivado como produto acadêmico, o blog correu mundo. E alcançou a praia do paperblog. Que convidou este blog pernambucano a participar de rede mundial de blogs. Aceitamos o convite e carimbamos o passaporte para a viagem internacional.

Por isso, a partir de agora, o É festa, Brasil, retira-se do espaço acadêmico, atravessando a porta de sua maioridade eletrônica. Vai construir seu mapa mundo afora, ganhando contorno social na rede mundial.
Vamos juntos.
Conceição Ferraz
Docente FSM

sábado, 4 de junho de 2011

Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM



Foi criado em 24 de julho de 1997 a partir de um ato do Prefeito do Recife, que concedeu o estatuto de Museu à antiga Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães, homenageando o artista plástico, designer e ativista cultural pernambucano.
Conta com um acervo de cerca de 1.100 trabalhos, de diversas técnicas, que abrange um período histórico compreendido entre 1920 e 2008.
Tendo como objetivo se tornar um centro de referência da produção moderna e contemporânea das artes visuais, o MAMAM, por meio da divulgação, registro e reflexão sobre a arte do presente e suas referências históricas, tem contribuído para a formação cultural do público e para o adensamento do meio institucional e artístico do Recife.
Além de promover projetos próprios, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães é também parceiro de outras instituições em ações diversas. Através da disponibilização de sua estrutura física e da sua equipe, o Mamam contribui para a ampliação de ações externas à instituição cujo foco e perfil se assemelhe àqueles por ele desenvolvidos.